terça-feira, 6 de março de 2007

Alguém começou dançando. Quem?




"Quando eu nasci / eu já dançava", escreveu Mario de Andrade em um de seus maravilhosos poemas.

A genialidade do poeta comprova também o que todos já sabemos. Antes de nascermos, já dançamos. No útero materno, os movimentos do bebê indicam a sucessão ritmada do início da dança da vida. Toda e qualquer movimentação no ventre é percebida pela mãe através da "dança" que o feto realiza.




O homem vem dançando desde que apareceu e se organizou socialmente, há mais de 10 mil anos. A dança é a arte mais antiga que se conhece. Dela surgiram as representações teatrais, as formas de entretenimento coletivo. Mas o homem não começou a dançar e não cultivou a dança apenas para se divertir. Ao contrário, a dança era uma atividade muito séria, uma cerimônia grupal de sentido mágico-religioso, um rito que permitia entender-se com as forças sobrenaturais, ou uma espécie de ensaio geral simbólico para a guerra. E não se tem notícia de povo algum, por mais primitivo que fosse, que não soubesse dançar.

Segundo certas correntes da antropologia, as primeiras danças humanas eram individuais e se relacionavam à conquista amorosa. As danças coletivas também aparecem na origem da civilização e sua função associava-se à adoração das forças superiores ou dos espíritos para obter êxito em expedições guerreiras ou de caça ou ainda para solicitar bom tempo e chuva. Na foto que ilustra esse post, as "aprendizes" manifestam sua crença dançando nuas e conjuntamente.



O desenvolvimento da sensibilidade artística determinou a configuração da dança como manifestação estética. No antigo Egito, 20 séculos antes da era cristã, já se realizavam as chamadas danças astroteológicas em homenagem ao deus Osíris. O caráter religioso foi comum às danças clássicas dos povos asiáticos.

Na Grécia clássica, a dança era freqüentemente vinculada aos jogos, em especial aos olímpicos.

Com o Renascimento, a dança teatral, virtualmente extinta em séculos anteriores, reapareceu com força nos cenários cortesãos e palacianos. Uma das danças cortesãs de execução mais complexa foi o minueto. A valsa, hoje símbolo das meninas debutantes, era considerada dança cortesã por excelência. Em salões nobres, a valsa, foto abaixo, nunca seria dançada. No compasso desta, inicia-se a passagem da dança em grupo para a dança em pares com o sexo oposto.



























































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